Paulinho da Viola: O Senhor do Tempo

"Tá legal
Tá legal, eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim"

Cabeça de gênio, coração de poeta, e muito Samba correndo nas veias. Assim mesmo é Paulinho da Viola, um artista que ultrapassa as fronteiras das gerações, e se mantém cada vez mais atual.

Paulo César Batista de Faria, nasceu em 12 de novembro de 1942, e desde cedo teve contato com a música, afinal, seu pai, Cesar Faria, era músico e violonista do Conjunto Época de Ouro. Nos ensaios do pai,  Paulinho da Viola conheceu grandes artistas brasileiros, como Pixinguinha e Jacob do Bandolim. Na casa de Hermínio Bello de Carvalho, Paulinho tem a oportunidade de ouvir, pela primeira vez, através de gravações, sambas de compositores como Zé Ketti, Elton Medeiros, Anescar do Salgueiro, Carlos Cachaça, Cartola e Nelson Cavaquinho. Depois arriscou mostrar alguns dos seus. Logo surgiram as primeiras parcerias do jovem compositor com o jovem poeta - mais precisamente duas: Duvide-o-dó, gravada por Isaurinha Garcia anos depois e regravada recentemente no disco Sinal Aberto, com Toquinho; a outra, uma valsa chamada Valsa da Solidão, gravada por Elizete Cardoso em um disco produzido por Hermínio e não comercializado.

Após algúm tempo, Paulinho veio a conhecer a Portela, escola de samba carioca que se tornou a sua grande paixão. Apresentou a primeira parte de um samba para a ala de compositores da agremiação de Oswaldo Cruz, sob os olhares de Monarco, Mestre Ventura, Candeia e Casquinha, que prontamente fez a segunda parte do samba, cujo nome é "Recado". Este foi o primeiro samba de Paulinho na Portela, e que foi originalmente gravado  pelo Conjunto A Voz do Morro.

A qualquer momento, este artista de mais de 40 anos de carreira, pode aparecer com um novo trabalho, reafirmando sua importância na música e na história da cultura brasileira. Há sempre a necessidade de se fazer mais. Muitos críticos definem a obra de Paulinho da Viola como uma ponte entre a tradição e a modernidade. Como ele mesmo diz: “Não vivo no passado, o passado vive em mim”, e com ele recria sua música sem olhar pra trás.

O trabalho de Paulinho da Viola é visto como um elo de ligação entre as diversas culturas populares brasileiras. Paulinho é um dos maiores representantes do samba e herdeiro do legado de músicos como Cartola, Candeia e Nelson Cavaquinho. Se mostra  sempre renovando e produzindo sem abandonar seus princípios e valores estéticos.

Paulinho da Viola, o "Senhor do Tempo", chega aos 70 anos com a força, a garra e o mesmo talento dos 20.
 


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