"Não, ninguém faz samba só porque prefere
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação
Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspiração."
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação
Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspiração."
Nascido no subúrbio nos melhores dias, com votos da família de vida feliz, Paulo César Francisco Pinheiro chegou ao mundo no dia 28 de abril de 1949.
Paulo nasceu no Rio de Janeiro, mas foi em Angra dos Reis que fez seus primeiros versos. Foi lá também, que conheceu João de Aquino, que se tornou o parceiro de suas primeiras músicas. Com ele, compôs Viagem, em 1964. Um ano depois, Baden Powell, primo de
João de Aquino, convidou-o para escrever letras para suas musicas.
Em 1968 compôs com Baden Powell o
samba Lapinha, que venceu a I Bienal do Samba, da TV Record, de São Paulo e que foi gravado por Elis Regina, que se tornou uma de suas grandes intérpretes e amigas.
Concorreu ao IV
Festival Internacional da Canção, em 1969, com Sermão, parceria com Baden Powell. No ano seguinte, ao seu lado, fez uma
temporada de 15 dias em Paris, França. Em 1970
destacou-se com vários sucessos: Elis Regina gravou três musicas suas e de Baden
Powell – Samba Do Perdão, Vou Deitar e Rolar e Aviso Aos Navegantes.
Elizeth Cardoso gravou Refém da solidão (com Baden Powell). Ainda em
1970, compôs 12 musicas para a trilha sonora da novela O semideus, da TV
Globo, fez a trilha sonora para o filme A vingança dos doze, de Marcos
Farias, e foi o responsável por roteiros de shows de Baden
Powell.
Em 1971, E lá se vão meus
anéis (com Eduardo Gudin), defendida por Os Originais do Samba, venceu o IV
Festival Universitário da Música Popular, da TV Tupi, do Rio de Janeiro.
Em 1975-1976 participou com Márcia
e Eduardo Gudin do show O importante é que nossa emoção sobreviva, levado
no Teatro Oficina, que resultou num LP gravado ao vivo.
No dia 09 de julho de 1975, o compositor se casou com uma das maiores cantoras brasileiras, a mineira Clara Nunes.
(Clara Nunes, o grande amor do poeta e maior intérprete de sua obra)
O casamento civil e religioso de Paulo César Pinheiro com Clara Nunes (1943 - 1983) foi realizado num sítio em Jacarepaguá. A cerimônia foi oficializada pelo Padre João Emílio,de Belo Horizonte, que era grande amigo do casal. Clara Francisca Gonçalves Nunes Pinheiro, além de esposa e grande amor da vida do poeta, veio a se tornar a maior intérprete de sua obra. O casal perdeu os três filhos, e em 1979, após o último aborto instantâneo, Clara Nunes teve que passar por uma esterctomia, não deixando, portanto, filhos.
(Paulo e Clara em 1976)
(no casamento com a cantora Clara Nunes, em 1975)
Compôs para a
trilha sonora do filme A Batalha dos Guararapes, de Paulo Thiago (1978).
Com Dori Caymmi, compôs Pedrinho e Jabuticaba, para a trilha do
programa Sitio do Pica-pau Amarelo, da TV Globo. Fez a trilha
sonora do programa Ra-tim-bum, da TV Cultura, compondo cinco músicas em
parceria com Edu Lobo. Tem dois livros de poemas editados: Canto
brasileiro (1976) e Viola morena (1982).
Em 1983, Paulo César Pinheiro passou por uma fase muito complicada em sua vida pessoal. Clara Nunes sofre um Choque Anafilático no dia 05 de março, durante uma cirurgía de varizes, passa 28 dias em coma profundo no CTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, e morre no dia 02 de abril, aos 39 anos. Paulo foi perseguido pela imprensa e se tornou vítima de uma série de especulações totalmente infundadas. Chegou a ser agredido por uma fã descontrolada no velório da mulher que tanto amou. Sofreu duramente a perda da esposa e companheira de vida e música, mas seguiu em frente.
Casou - se novamente com a cavaquinista Luciana Rabello, irmã de Raphael Rabello, famoso violonista brasileiro. Com Luciana, o poeta tem dois filhos, Anna e Julião Rabello Pinheiro.
(sua segunda esposa, a cavaquinista Luciana Rabello)
Algúns dos últimos CDs que foram
lançados com letras do compositor são: Parceria, 1994, gravado ao
vivo num show com João Nogueira, com 12 das muitas canções feitas em parcería por eles. Aboio,
1995, CD do violonista e compositor Sérgio Santos, com 13 toadas, choros e
sambas em parceria com este; Tudo o que mais nos uniu, 1996, CD
gravado ao vivo do show com Eduardo Gudin e Márcia, no Sesc Pompéia de São
Paulo, em comemoração aos 20 anos do outro show da trinca. O som sagrado de
Wilson das Neves, 1997, estréia como intérprete do baterista Wilson,
com 14 musicas inéditas, das quais 13 são parcerias de ambos.
Ao longo de sua carreira, Paulo César Pinheiro já escreveu mais de
1.300 letras, tendo mais de 700 sido gravadas.
O Compositor Paulo César Pinheiro costuma se apresentar como filho de Nelson
Cavaquinho. Não precisa nem do teste de DNA. As identidades estão evidentes,
seja naquele tom de voz de quem canta apesar de tudo, seja no talento
inigualável para o trato com as palavras. O dom de escrever letras magistrais, o
mangueirense Nelson direcionou quase todo para um sentimento entre a melancolia e o ceticismo que
beirou o folclore e rendeu canções memoráveis. Mesmo assumindo uma herança desse
porte, o “filho” Paulo César pediu passagem e foi adiante. O resultado de tanto
destemor aparece em versos espalhados por mais de mil letras com parceiros tão
distintos quanto o silencioso Baden Powell e o iracundo Aldir Blanc, passando por Tom Jobim, Vinícius de Moraes, João Nogueira e Chico Buarque, dentre tantos outros.
Pinheiro
sem parar, mas o faz em sentido bem diverso do que costuma jorrar da linha de
montagem da indústria fonográfica. Se considera orfão de suas maiores intérpretes: Clara, Elis e Elizeth. Segundo ele, se elas estivessem vivas, o panorama musical sería outro, pois, elas estaríam lançando gente nova, revisitando antigos compositores e realizando um trabalho de categoría e classe. Paulo diz, ainda, que elas eram três pilares de uma estrutura que serviam de esteio para o resto.
Paulo César Pinheiro, um operário das palavras e das canções.
paulo amava clara infinitamente e clara o amava com todo seu coração um amor lindo que só se deu um tempo com a morte mais em breve se verão de novo em um paraíso criado por deus....
ResponderExcluir