31 anos sem Elis Regina

Aos 36 anos, Elis Regina, uma das maiores cantoras que o Brasil já teve, foi encontrada morta, trancada em seu quarto, onde tomara a derradeira dose de cocaína. 


Logo pela manhã do dia 19 de janeiro de 1982, a notícia da morte de Elis Regina começou a circular pelo rádio e televisão, provocando um grande choque nacional. Ninguém conseguia entender e nem conceber que uma cantora jovem, mãe de três filhos ainda pequenos, com uma das mais sólidas carreiras da MPB pudesse ter morrido assim, de repente, de maneira tão súbita. 

A cantora Clara Nunes, uma de suas grandes amigas, estava em São Paulo na ocasião, nos estúdios da Rede Globo, gravando o programa TV Mulher, de Marília Gabriela. Ao ser informada da morte de Elis, saiu em disparada para o IML e foi a primeira a chegar ao local. Logo em seguida chegou a apresentadora Hebe Camargo, que também era amiga de Elis Regina. No local ouviram certos rumores sobre a causa mortis, já que a médica que recebera o corpo de Elis, já sem vida no Hospital das Clínicas se sentiu impossibilitada de lavrar o Atestado de Óbito, por acreditar que a morte da cantora não tivesse sido provocada por causas naturais.

Menos de 48 horas depois, veio um choque ainda maior: o laudo da autópsia concluiu que Elis Regina Carvalho Costa, 36 anos, morrera pela combinação de álcool e cocaína. Uma overdose foi a causa do desaparecimento precoce de um dos mais vorazes e talentosos furacões de nossa canção popular. Elis, infelizmente conhecera a cocaína e dela se tornou escrava. A cantora que sempre lutou, sempre esbravejou, que jamais teve papas na língua se sentiu acuada e não teve forças para gritar por socorro. Ao que se sabe, Elis usou cocaína por muito pouco tempo, mas tempo suficiente para que a droga lhe tirasse a vida.

(o corpo de Elis foi sepultado com a camisa que foi proibida pela Ditadura Militar no show "Saudade do Brasil", onde os dizeres "ordem e progresso" foram substituídos pelo nome da cantora)

O amargo brilho do pó, no entanto, não diminuiu o caráter reto, a mãe zelosa e muito menos o brilho da estrela que sempre fora. Através de sua morte, o exemplo de que mesmo as pessoas boas podem cair na armadilha das drogas e delas se tornarem reféns. Através de sua morte ,a certeza de que as drogas levam sempre a um fim trágico e que ninguém está imune a elas. O desaparecimento de Elis Regina serviu, com certeza, para a conscientização de toda uma geração. Elis Regina não morreu em vão.

Elis se tornou mito. É amada e respeitada em seu país e no mundo. 31 anos depois de sua partida, o povo brasileiro ainda sente uma enorme saudade da "Pimentinha".

Viva Elis!


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