Cubra-me com seu manto de amor
Guarda-me na paz desse olhar
Cura-me as feridas e a dor me faz suportar
Que as pedras do meu caminho
Meus pés suportem pisar
Mesmo ferido de espinhos me ajude a passar
Se ficaram mágoas em mim
Mãe tira do meu coração
E aqueles que eu fiz sofrer, peço perdão
Guarda-me na paz desse olhar
Cura-me as feridas e a dor me faz suportar
Que as pedras do meu caminho
Meus pés suportem pisar
Mesmo ferido de espinhos me ajude a passar
Se ficaram mágoas em mim
Mãe tira do meu coração
E aqueles que eu fiz sofrer, peço perdão
Não esperava que um show internacional do maior artista brasileiro geraria tanta polêmica, mas gerou. Ontem, o blogueiro e amigo Raoni Ras escreveu em seu blog um artigo que na minha opinião foi de péssimo gosto, e com enorme falta de conhecimento sobre a vida e obra do "rei" da música brasileira, no que diz respeito às suas convicções e à sua fé.
Raoni acusa o cantor, de através de seu show em Jerusalem, estar manipulando a fé de pessoas humildes, de visar lucros altíssimos explorando o nome de Jesus Cristo e mais, de se vender durante toda a sua vida artística para a Rede Globo de Televisão, chegando a explorar até mesmo a morte de sua esposa Maria Rita.
Raoni apegou - se a fatos ocorridos em uma época que ele nem se quer chegou a viver, já que nem nascido era. Raoni apegou -se ao Período Ditatorial Brasileiro, quando Roberto Carlos comandava o programa Jovem Guarda na TV Record, e que só mais tarde fora transferido para a Globo. Creio que não podemos acusar e ou julgar Roberto por não ter tomado uma posição política e lutado pela redemocratização como o fizeram Chico Buarque, Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Milton Nascimento, João Bosco, Clara Nunes, Elis Regina, Simone, Cacilda Becker, Henfil, dentre outros. Não foi apenas Roberto Carlos quem se calou. Se calaram também Nara Leão, Tom Jobim, Maysa, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Ângela Maria, Elizeth Cardoso, e muitos outros dos grandes artistas brasileiros. Somente eles sabem os motivos que os levaram a não toamar uma posição política, a não se manifestarem publicamente ou mesmo através de sua arte. Vale lembrar que Roberto Carlos, embora não tenha tomado um posicionamento firme, se manifestou, ainda que de maneira mais tímida, através de músicas como "Mundo Deserto" e "Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos", esta composta para Caetano Veloso, então exilado político.
Quanto a fé de Roberto Carlos e seu amor por Deus, Nossa Senhora e por sua falecida esposa Maria Rita, creio que para qualquer leigo que acompanhe minimamente sua vida e carreira, são estes, fatos incontestáveis.
Não é de hoje, que Roberto divulga a fé através de sua obra. Não é de hoje, que Roberto canta o amor. No início dos anos 70, o cantor optou por seguir esta linha de trabalho, prestando um serviço social fantástico de aproximação das pessoas a Jesus e Nossa Senhora, incerindo valores que foram se perdendo ao longo dos tempos e tornando nossa sociedade mais violenta e menos solidária com o problema do próximo. Roberto Carlos não vende fé, vende discos, vende músicas.
Lucros, é claro que como eu, você que está lendo este artigo, ou qualquer outra pessoa, é sim visado pelo cantor, afinal, por mais que ele não precise de dinheiro, por mais rico que ele esteja, é este o seu ofício, e como qualquer profissional, a remuneração gerada por seu trabalho é sim almejada.
Quanto ao fato de o show ter sido realizado em Jerusalém, e daí? - Roberto Carlos não foi o primeiro e nem será o último artista a se apresentar lá, afinal, embora seja um local de peregrinação, é uma cidade como qualquer outra, que também tem direito a arte, cultura e bons shows.
Roberto cantou seus sucessos de sempre, o que inclui sim, canções de cunho religioso - e que foram a minoria no roteiro do show, diga - se de passagem. Em momento nenhum o cantor "manipulou a fé" de ninguém. Em momento algúm Roberto Carlos falou de religião, quanto muito manifestou seu agradecimento e amor pessoal a Deus.
A essa altura do campeonato, da vida e da solidez da carreira, o "rei" não precisa se vender e ir contra suas próprias convicções à favor de ninguém, nem mesmo da Rede Globo.
Jeruzalém não é nada, quero ver é ser tudo isso em mais de 50 anos de estrada!
Jeruzalém não é nada, quero ver é ser tudo isso em mais de 50 anos de estrada!
Interessante sua resposta. Já vi que assim como à Clara Nunes, sua democracia global não permite a crítica sobre Roberto Carlos. Direito seu (ou não)! Porém, no momento em que perder seu fanatismo para expressar sua opinião, agora que você tem um blog, e isso acarreta uma responsabilidade; tente enxergar, mesmo não tendo vivido no período em que RC se vendeu para a Globo, assim como bem lembrou que eu não vivi; que diferente de Tom, Ângela Maria e Paulinho da Viola; Roberto Carlos não só se calou para a ditadura, mas nadou contracorrente, atrapalhando o movimento. Roberto Carlos foi o responsável por desinflamar o ‘Cálice’ transformando iê-iê-iê em sucesso de massa, enquanto os Geisel’s e Médici’s torturavam, perseguiam e matavam.
ResponderExcluirQuanto a questão religiosa, reafirmo a tese de que falar de Deus é pisar em ovos. Você pessoalizou a questão de fé, eu institucionalizei. Se Roberto Carlos crê ou não em Deus é problema (ou solução) dele, o errado é mercantilizar isso, transformar fé em lucro e usar Jesus para fazer comércio. Mas se sua crença aceita Jesus como um mero fruto de exploração capitalista aí é contigo, a minha não aceita, até porque Jesus Cristo chefiou um movimento contrário a relação fé-dinheiro. No mais um grande abraço, e que viva a democracia, ainda que Roberto Carlos e a Globo tenham lutado tanto contra.