Alcione, o "A" do Samba, a "Marrom" da MPB

"Eu bati uma perna pelo mundo desde que saí de São Luis do Maranhão e vim para o Rio. Mas, 37 anos de carreira não podem ser resumidos a uma coleção de troféus e a confecção de um disco ou uma temporada. Preciso dar uma satisfação a todo o Brasil do que me tornei e do que andei fazendo nesses anos todos".

Alcione Dias Nazareth, nasceu em São Luis do Maranhão em 21 de novembro de 1947. O pai, João Carlos Dias Nazareth, foi mestre da banda da Polícia Militar de São Luís e professor de música. Inspirada pelo pai, Alcione fez sua primeira apresentação aos 12 anos de idade na Orquestra Jazz Guarani, regida por seu pai. Certa noite, o crooner da orquestra ficou rouco, sendo substituído pela menina. Na ocasião, cantou com sucesso a música Pombinha Branca e o fado Ai, Mouraria.

Formou-se como professora primária na Escola de Curso Normal. Lecionou por dois anos e continuou a dedicar-se à música, tendo apresentado-se na TV do Maranhão nos anos de 1965 e 1966.

Alcione se mudou para o Rio de Janeiro em 1976. Começou cantando na noite, levada pelo cantor Everardo. Ensaiava no Little Club, boate situada no conhecido Beco das Garrafas, reduto histórico do nascimento da bossa nova, em Copacabana. Cantou também em boates como Barroco, Bacarat, Holiday e Bolero.

Destacou-se ao vencer as duas primeiras eliminatórias do programa ‘’A Grande Chance’’, de Flávio Cavalcanti, onde recebeu nota 10 da cantora Clara Nunes (1942 -1983), que viria a se tornar uma de suas melhores e mais inseparáveis amigas, além de maior fonte de inspiração musical segundo a própria Alcione. Nessa mesma época, assinou o primeiro contrato profissional com a TV Excelsior, apresentando-se no programa ‘’Sendas do Sucesso’’. Depois de seis meses na emissora, realizou turnê por quarto meses pela América Latina.

Após ter feito excursão por países da América do Sul, morou na Europa por dois anos. Voltou ao Brasil em 1972 e três anos depois ganhou o primeiro disco de ouro através do primeiro LP, A voz do samba (1975).

"Não Deixe O Samba Morrer" quando começou a ser executada nas radios do país, permaneceu 22 semanas em primeiro lugar nas paradas de sucesso.

Alcione, uma incorrigível precursora, fundou a Escola de Samba Mirim da Mangueira (Grêmio Recreativo Cultural Mangueira do Amanhã), da qual é Presidente de Honra, o Centro de Arte da Mangueira (Mangueirarte) e o Centro de Apoio. Em 1992, foi escolhida pela ONU como um dos símbolos internacionais na luta contra o Apartheid e excursionou pela primeira vez pelos Estados Unidos.

Não teve filhos por opção, atrapalharia sua carreira. Tabém nunca foi oficialmente casada, apesar de ter morado com alguns namorados e aparecer na mídia com alguns deles.

Alcione, é hoje, sem a menor sombra de dúvidas, a maior cantora viva do país, além de uma das maires vozes da MPB e do Samba de todos os tempos.

Um comentário:

  1. Olá,
    Achei essa postagem enquanto buscava conteúdos sobre a Alcione. Bem legal!
    Abraços,
    Grupo Puro Acaso
    www.grupopuroacaso.com

    ResponderExcluir