A Rua Otacilio Caldeira, uma das mais tradicionais de João Monlevade, situada em local de destaque no Centro Histórico da cidade, é também um tradicional ponto de visitação no período natalino a quase 2 décadas.
As luzes postas na rua e as casas ornamentadas, que atraem milhares de visitantes encantados com a beleza da decoração que se renova a cada ano, são frutos do bom gosto e trabalho dos próprios moradores. Toda a decoração é custeada por eles, que se mobilizam para manter esta tradição. Além da iluminação, existe uma Capela fixa no final da rua, que durante o ano abriga a Sagrada Família e no período do Natal se torna um lindo presépio, onde os visitantes podem rezar e refletir.
Pioneira, a Otacilio Caldeira foi a primeira rua da cidade a se decorar totalmente para o Natal, abrindo caminhos e incentivando a outras ruas e mesmo a outros moradores do bairro e da cidade, a iluminarem a fachada de suas casas. O casal Renato e Lúcia Armon, visinhos da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no bairro Vila Tanque, são exemplo daqueles que vieram logo em seguida, e se tornaram, assim como a Otacilio Caldeira, referência em decoração natalina em nossa cidade.
Com o encarecimento dos artigos e o pouco tempo para se preparar a decoração, uma vez que tudo é produzido pelos próprios moradores, que possuem suas profissões e compromissos, a rua vem perdendo, ao longo dos últimos anos, um pouco de seu brilho e encanto.
No ano passado, o Governo Municipal, através do projeto Natal da Gente, e de sua coordenadora, a primeira dama Daniela Machado, fez uma parceria com os residentes da rua Otacilio Caldeira. Os moradores trocaram seu trabalho voluntário na produção dos enfeites de Natal usados nas praças e ruas da cidade, pelo empréstimo de flores e sinos de pet para decorarem os arcos e postinhos de luz da rua. Os demais materiais (lâmpadas, laços, bonecos, fiação, etc.), bem como a colocação e manutenção elétrica, ficaram a cargo e financiamento dos próprios moradores, sem que houvesse nenhuma ajuda dos orgãos públicos e privados, como sempre ocorreu nessas quase 2 décadas de tradição.
Ficou, por parte da coordenadora e primeira dama da cidade, a promessa e o compromisso de que neste ano, a rua Otacilio Caldeira já estaria inclusa no projeto e que seria contemplada com uma bela decoração, que os enfeites seriam remanejados para que houvesse rotatividade, e não se caísse na mesmice. Os enfeites, que até o início de Novembro estavam guardados pelos moradores, foram recolhidos. A promessa, porém, até agora não passa de promessa, já que nenhuma informação ou enfeites para a decoração chegaram à Otacilio Caldeira.
Até agora não houve nenhuma sinalização, por parte do governo Prandini, através de seu projeto Natal da Gente, de que a rua de fato será contemplada na decoração. Os moradores, que já contavam com os enfeites que seriam postos na rua pelo projeto, já estão se mobilizando em caráter de urgência e produzindo alguns artigos decorativos para que a Otacilio Caldeira não fique as escuras este ano.
Pelo pioneirismo, tradição, referência e, principalmente, pela perseverança dos moradores, que a quase duas décadas tiram dinheiro de seus próprios bolsos para decorar uma área pública, torando - a um ponto turístico para a cidade, a Otacílio Caldeira, era a rua que mais merecia ser contemplada pelo projeto Natal da Gente, e receber uma decoração maravilhosa, reforçando o espírito natalino e a importância histórica da rua neste quesito, bem como a importância do próprio Centro Histórico, bairro onde João Monlevade deu seus primeiros passos rumo ao progresso.
Mais uma promessa do Governo Prandini, que parece, não será cumprida. Perde a cidade, perde a Otacilio Caldeira, perde a tradição, perde a história.
Vergonha, vergonha, vergonha!
Vale lembrar, também, que a Otacílio Caldeira é uma das, ou se não a mais limpa e bem cudada das ruas da cidade, e isso sem que nenhuma limpeza pública seja realizada. A grama dos passeios, os postinhos de luz, os jardins, tudo isto foi financiado pelos próprios moradores. A manutenção dos jardins, poda da grama, limpeza do acero da encosta, tudo isto, que devería ser realizado pela Prefeitura Municipal, é custeado e ou realizado pelos próprios moradores. Nem mesmo a capina da encosta - que nunca na história das administrações anteriores ficou tanto tempo sem passar por limpeza, vem sendo realizada de maneira adequada. O mato e o colonião tomaram conta do barranco, já que esta limpeza fica inviável para os moradores, devido ao tamanho e inclinação da encosta.
E tenho dito!
E tenho dito!
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