"Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal"
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal"
Parece que um hábito antigo do interior das nossas Minas Gerais tem perdido o seu encanto. Espiar a vida da cidade e das pessoas através das famosas janelas mineiras já não é mais a principal diversão nos dias de hoje.
Quantas histórias foram narradas através de uma janela. Quantas lendas surgiram através das espiadinhas por detrás da cortina. Quantas brigas de vizinhas foram geradas por fofocas saídas das vigílias pela fresta das janelas. Ah! E os namoros? Quantos pais ficavam a espiar suas filhas a namorar nos portões, e quando o carinho ficava um pouco mais "caliente", o pai, nervoso, começava a tossir e, a filha logo entendia e entrava para dentro de casa.
Hoje, porém, já quase não vemos mais pessoas nas janelas espionando o cotidiano de nossa gente e de nossas ruas. As senhorinhas que antes ficavam a espiar a vida através das famosas janelas mineiras já não existem mais. Foram substituídas palas "namoradeiras" de gesso. A vida agora é espiada de outra forma. É vista através das janelas das redes sociais, como por exemplo as do orkut e do facebbok. As pessoas de verdade colocaram pessoas de mentira em suas janelas, pois, estão mais ocupadas dentro de suas casas, sentadas à frente de seus computadores a cuidar da vida de uma maneira menos viva, porém mais dinâmica. Sinais dos tempos modernos, que vem devorando as tradições de nossas antigas vilas e cidades.
As janelas de Minas se calaram, estão mortas. Já não olham mais.
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