O declínio da Música Popular Brasileira

 "Se eu tivesse o famoso
Piano do Ary Barroso,
Se Noel lá do céu me escutasse
E o violão emprestasse,
Se eu conseguisse um dia,
A pena maravilhosa
Mergulhava nos astros
Do velho Orestes Barbosa!

Ai, seu eu tivesse, meninos,
O vozeirão paternal
Com que o Nelson Gonçalves
Canta à Lua um madrigal
E o sentimento
Do Caboclinho Querido
Que vê um mundo de sonhos
Onde eu só vejo um vestido!

E o Chico Alves,
Voz de pássaro cantor,
O maior samba do mundo
Eu faria pro meu amor!"
(Herivelto Martins e David Nasser, gravada por Linda Batista)

 

 

 

Quanta coisa vem evoluindo nesse mundo de meu Deus. Todo dia surge um novo aparelho e uma nova tecnología que vem melhorar nossas vidas, ou pelo menos, nos deixar mais acomodados e sedentários. A esse processo deu- se o nome de evolução. Diante de tantas evoluções, a nossa MPB parece estar fazendo um caminho oposto e vem empobrecendo cada dia mais aos olhos da grande mídia.

 

A música popular brasileira, que sempre foi exemplo de requinte, e fonte de inspiração para muitos outros países, já não é mais a mesma.  Parece agonizar cada vez mais diante dos nossos olhos. Os grandes artistas que construíram a nossa canção popular já não tem mais espaço dentro das grandes emissoras. A quanto tempo não vemos Bethânia, Gal, Paulinho da Viola, Jorge Aragão, Jorge Ben, Chico, Caetano, Simone, Fagner, Elba, Joanna, Beth, Rita Lee e tantos outros grandes talentos se apresentando nos programas de grande audiência? O mesmo acontece com os cantores da nova geração que optaram em realizar um trabalho pautado no talento e no bom gosto. Não é muito comum nos depararmos com Maria Rita, Vanessa da Mata, Diogo Nogueira, Roberta Sá, Dudu Nobre, Jorge Versilo dentre outros, se apresentando nesses mesmos programas.

 

Hoje, o que vemos é o império do Funk e do Sertanejo Universitário tirarem o brilho de uma MPB legítima, que foi contruída com muito suor e legítimo talento por artistas que tinham como maior preocupação a qualidade. Ironías à parte,  esse mesmo serjanejo, hoje chamado universitário, vem levando ao declínio até mesmo os consagrados Chitãozinho e Xororó; Leonardo; Zezé Di Camargo e Luciano; e Daniel, que reinavam absolutos na mídia até pouco tempo atrás. Já não são eles mais as referências dentro de seus gêneros. Perderam seus lugares para os novos Luãns e Paulas da vida, que pecam em estilo e carecem de mais talento.

 

Que bom sería se a Linda Batista - que garanto, muitos de vocês leiotres jamáis ouviu falar, pudesse construír esse maior samba do mundo, mas, como eu disse logo de saída, tudo nesse mundo está evoluindo, menos a nossa saudosa MPB.

 

Com a certeza de não estar sendo pessimista, mas sim realista. tenho dito!