João Monlevade e seus "coronéis" da verdade

O homem é um ser racional porque tem a capacidade de usar a linguagem. É ela quem permite ao homem, não somente pensar, mas também exercer a gentileza, a delicadeza, organizar os dados da realidade, saborear a dor e o prazer.

Um dos instrumentos que possuímos, todos, é a palavra. Aprimorar o seu uso significa desenvolver a habilidade que o identifica como ser humano – um ser inteligente, criativo e sensível. Ao usar a palavra você mostra a sua maneira de pensar e o seu sentir.

É preciso, portanto, que a usemos com cuidado e cautela, que saibamos nos manifestar de maneira inteligênte e algumas vezes impessoal. Todos nós, claro, podemos e devemos manifestar nossas opiniões e posições pessoais, sejam elas políticas ou religiosas.

Cabe a nós educadores, como também aos blogueiros, jornalistas, religiosos e formadores de opinião em geral, mantermos nossa prudência e respeito às diversas posições político - religiosas que se manifestam no seio de nossa sociedade.

Aqui em João Monlevade não é isto o que estamos vendo. Há algumas pessoas, que se dizem inteligentes, ativistas não sei de quê, bam bam bans da mídia a sei lá quantas décadas, politizados sem serem ligados a partidos e sei lá mais o quê...

O que venho observando com maus olhos em algúns jornáis, blogs, e até mesmo em publicações no facebook, é o fato de estas pessoas estarem querendo se impôr pela marra. Suas verdades soam absolutas, e ai de quem queira mostrar - lhes a outra face dos fatos, ou mesmo manifestarem - se contrários às suas opiniões. Criam "guerras" que não existem, criticam e acusam pessoas sem terem como provar o que dizem. É um verdadeiro show de soberba e vaidades. Pregam a democracía e o livre arbítrio, desde que ninguém vá contra suas opiniões pessoais.

Parece - me que o coronelismo nasceu com toda a força em João Monlevade, onde os Senhores Feudáis da palavra  e da verdade (lê - se falsidade) não podem ser contrariados nunca, jamáis. A política e a fé do povo, parecem ter que passar primeiro pelo aval desses "homens de boa fé". E dá - lhe hipocrisía...

E lá vamos nós descendo a ladeira...

Minha singela homenagem aos "intelectuais coronéis" monlevadenses, vai através deste trecho de "Verdade Aparente", da grande sambista Gisa Nogueira.

"Critica, implica, explica
Enreda, remeda e conserta
Agita, atiça e fuxica
Futrica, complica, intriga e entrega
Manobra a obra e cobra os louros daquilo que você não fez
Você parece com cobra que ataca de bote e mata de vez

Que verdade é essa que você conta pra gente
Na verdade a verdade é geralmente aparente

Acende uma vela pra Deus e uma outra pro diabo
Aos domingos vai à missa
Sexta-feira faz despacho
Diz que o feijão tá caro, mas só come feijoada
Teu problema é de fachada
É de cara mascarada
Tá sempre em cima do muro
Esperando uma virada"